quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Let it be...


Já estamos em fevereiro e eu ainda vivo a nostalgia do meu 2011. Talvez porque tenha sido o ano mais intenso da minha vida, aquele que eu experimentei o desespero de quase morrer e me deliciei com os prazeres absurdos de viver. Literalmente.

De acidente de carro eu passei para novo emprego, novos amigos e reencontros. Meu coração sacudiu e eu descobri o que é namorar a distância. Aprendi sobre esportes especializados e vibrei muito em final de vôlei.

Show do Misfits, show do Paul, show do Ringo. Precisa de mais alguma coisa? Sim. Deixar registrado o meu nome no lendário Cavern Club, em Liverpool. Tomar vários pints de cerveja em um festival todo de homenagem aos Beatles, conhecer Frankfurt, ouvir o Andreas Kisser tocar ‘Helter Skelter’ na Alma de Cuba - uma antiga igreja da cidade inglesa -, visitar o Moulin Rouge, conhecer o palco de Roland Garros, ir a um jogo dos Reds em Anfield, vivenciar a mitologia grega em Atenas, caminhar pela Tower Bridge e mergulhar no mar Egeu.  Digamos que a minha cota cultural superou as minhas expectativas e me fascinou por completo.

Isso porque eu ainda não comentei sobre a sensação de subir a Torre Eiffel de escadas. A beleza de ver Paris lá de cima, a emoção de conhecer a Acrópole de Atenas, o medo de ver a Mona Lisa me olhando de todos os cantos da sala, a curiosidade em enxergar os olhos do Lennon em sua irmã, a emoção em respirar Beatles por 6 dias consecutivos.

E também foi em 2011 que eu resolvi repentinamente deixar BH e me arriscar no RJ. Seguir o coração e enfrentar um novo obstáculo faz parte da vida. Morar junto, dividir as conquistas, angústias, medos e expectativas nem sempre é fácil. Aprender a cozinhar (nem que seja o básico) e passar roupa também não.

Mas construir um mundo com a sua cara, cheio de pizza e batata frita, regado de muita independência e machucados de tanto tropeçar fazem valer a pena. Principalmente quando no final de tudo isso você percebe que a saudade serviu para você aprender a valorizar os familiares, os amigos, as relações pessoais no geral.

E aí é a hora que você pega o violão que ganhou de presente do namorado, também em 2011, e canta, conta, grita e encanta: “Let it be, let it be.. there will be an answer. Let it be”.