sábado, 15 de maio de 2010

"Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé..."


Ela respirou fundo, levantou a cabeça e seguiu em frente. E mesmo não gostando daquelas músicas que escuta obrigatoriamente no final do expediente, lembrou-se que fazia mais sentido o “erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé”, do que  “working from seven to eleven every night, It really makes life a drag, I don't think that's right”. Que me desculpe o mestre Robert Plant, mas dessa vez tive que me render à música dos grupos com correntões e coreografias típicas do dois pra lá, dois pra cá.

O fato é que o pulmão já estava cheio demais, as sobrancelhas permaneciam franzidas durante o dia e o travesseiro já não agüentava lamentações. Da mesma forma que o sorriso vem naturalmente, a falta de paciência se faz constante. Talvez por querer ser muito simpática e esboçar em um sorriso quase todos os sentimentos vividos. Mas o que vale o título de miss simpatia??? O movimento de contração da musculatura facial não dói.

O que ela queria na verdade era mundos e fundos. Sabe aquela história de não estar satisfeita nunca? E achar que tudo e todos deveriam ter prazo de validade, mesmo sabendo que a vida que é a encarregada de datar? Pois é.

A idade vem chegando despretensiosa e quando você assusta, o número dois foi clonado e a casa dos trinta não demora a chegar. Só que a gente esquece que a felicidade deve aumentar a cada ano, ao invés de repetir insistentemente que gostaríamos de voltar a ser criança. Essa é a virtude de poder viver cada momento, experimentar sabores e sofrimentos, deliciar-se em aventuras e apaixonar-se pelas pessoas.

Eu ainda sou confusa e aponto a Grécia como destino principal. E vou além, escolho o Panathinaikos pra conviver com a realidade que me fascina. Misturo o futebol com a mitologia grega, minha literatura predileta. Só que a palavra liberdade confunde com a palavra responsabilidade. E a palavra independência confunde com a palavra solidão.  Então, por enquanto, eu prefiro permanecer no meu mundinho simples... o toque, o olho no olho, o abraço, o colinho da mamãe, assistir o pôr do sol.. são essas coisas aparentemente banais que criam os meus melhores momentos. Eu olho pra frente, talvez, pra cima. Já olhei pro chão com medo de tropeçar, mas, hoje, eu sei que todo tombo é válido pra aprender a construir o meu mundo.

Eu estou sempre aqui, ouviu, felicidade??
Aline in wonderland

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