Eu não fiz planos pra gente, eles caíram no meu colo sem que eu tivesse previsto, sem que eu tivesse esperando. A verdade é que quase tudo que vivemos foi obra do acaso, eu diria. E pensar que era possível controlar o sentimento foi a maior bobagem que eu cometi. A armadura de proteção nem sempre consegue segurar todos os explosivos, principalmente os da ordem do coração.
Na tentativa de acertar, cometemos erros. E nesse curto espaço de tempo eu percebi algumas virtudes que tinha deixado de lado. Eu sempre briguei com o meu orgulho, por exemplo, mas gastar forças e braços, em determinados momentos, não é amor-próprio, é necessidade de auto-afirmação. A felicidade sempre existiu e junto a ela conceitos, pré-conceitos, atitudes inesperadas e, mesmo que tudo isso fosse colocado a prova, o verbo sentir faz parte da palavra sentimento e isso eu sei que nunca nos faltou.
A sua frieza me incomodou de um tanto que nem podes imaginar. Pra quem acreditava que a pequena história iria prevalecer, o tombo foi grande. O telefone não tocou como era esperado. E não adianta afirmar que eu não levei a nossa conversa a sério, porque eu levei até demais. O que talvez tenha demorado a cair à ficha é que todo aquele “entrosamento” tinha sido em vão, e que como todo relacionamento, com o tempo a gente esquece.
Foi preciso alguns dias para perceber. Caminhar sozinha faz diferença. A gente sente o coração vazio, mas preenche com gargalhadas e o carinho daqueles que fazem de tudo pra te ver bem. E esse é um dos motivos pelo qual eu nunca deixei de acreditar no velho clichê: “amigos são anjos”. Eu ri, diverti, distraí. E o pior, acreditei. Acho que esse foi o maior “defeito” de quem sempre teve os pés no chão.
O sol amanheceu três vezes e em todas eu acompanhei o novo dia. De formas diferentes, é claro. O amor é amor aqui ou em qualquer lugar, mas a saudade não. E sinceramente, eu não quero arriscar a colocar no papel o que é desconhecido por boa parte do mundo. Se nem os lingüistas foram capazes de traduzir, eu não seria a pioneira.
No último domingo eu não “acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado”. E mesmo sabendo que você diria “graças a Deus, porque Zeca Baleiro é terrível”, eu ainda me sentia “triste, tristinha, mais sem graça que a top model magrela na passarela”. E aquela história de levantar a cabeça e lembrar a sua irmã de que “ninguém morre por amor” teve que entrar em cena às pressas.
É tempo de recomeçar, reorganizar, renascer. É tempo de acreditar em você e no seu potencial de ser feliz e fazer os outros felizes. As pessoas não irão cruzar o seu caminho por acaso. O coração não vai bater sem que exista um propósito. Algumas vezes iremos nos enganar, outras enganaremos. Algumas vezes iremos suspirar e pensar “poderia ter sido diferente”, outras levantaremos as mãos aos Céus e agradeceremos a ordem dos fatos. O que prevalece agora é o renascimento e a certeza de que fiz o que pude.
C’est la vie. Afinal, a condição ‘si ne qua non’ para viver, é erguer a cabeça e buscar sempre a felicidade! ;)
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