terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Tudo aquilo que me atrai em poucas palavras...

Eu não tenho o cabelo mais bonito, não tenho a estatura adequada, nem sei fazer caras e bocas. Não seduzo ninguém pelo olhar, a minha feminilidade é pequena e eu detesto salto alto. Acho uma tortura fazer compras no shopping, tenho preguiça de salão de beleza e sei muito pouco sobre maquiagem.

Sempre reflito sobre as dúvidas que eu tenho e que ainda não consegui responder. Mas depois de muito questionar e um pouco “de viver”, cheguei a conclusão de que o verbo atrair faz parte da minha vida constantemente.

A palavra atração nem sempre está relacionado ao sexo. Um pode ser conseqüência do outro, mas não necessariamente. O cheiro da roupa limpa na cama de casal ou a barba bem feita com resquícios de loção pós-barba são mais atraentes do que cuecas. Um “bom dia” bem dado ou um bom humor perdurado é MUITO atraente. Verdades bem ditas, sem rodeios e mentiras, atraem qualquer mulher, mais do que um corpo bonito e desejos sexuais.

Um beijo na testa ou um passeio de mãos dados são mais atraentes que um amasso na parede da balada. O coração disparado ou um encontro inesperado me atraem mais do que o clichê “eu te amo”. Dormir em barraca e tocar violão até o amanhecer é tão mais atrativo que um rodízio de carnes. Dar gargalhadas e brindar com cerveja um dia qualquer, é mais atraente do que as comemorações chatas datadas no calendário.

Inventar e redescobrir os momentos íntimos nas relações é bem mais atraente que fantasias sexuais predefinidas em sex-shop. Reparar o olhinho pequenininho após uma bela noite de sono me atrai mais do que os elogios às maquiagens e elegância antes de ir a uma festa de gala. Comprar buquê de flores, mandar mensagens no celular e rechear o computador de fotos não é tão atraente quanto uma conversa sussurrada ao pé do ouvido.

Eu sou sempre atraída de alguma forma, o que é bem diferente de ser atraente. Pessoas vazias não me atraem, fúteis tampouco. Solos de guitarra e/ou barulho de cachoeira me colocam em estado de êxtase profundo. Homens muito fortes não são atraentes, mulheres muito siliconadas também não.

É... vou ali pintar meu cabelo e já volto.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Oficialmente no meu inferno astral

Se essa bobagem não fizesse parte da astrologia que eu tanto questiono, eu afirmaria que estive presente no planeta errado durante boa parte deste ano, e que Marte, Júpiter, Saturno  e etc. não estiveram nem um pouco alinhados com este planetinha chamado Terra.

Final de ano é assim. Dezembro ainda nem chegou e eu já começo fazendo um balanço de tudo que vivi e de tudo que pode e deve ser diferente no ano que vem. Eu nunca me dei bem com as famosas balanças, nem nunca soube pesar o proveitoso do desnecessário. Então, eu relembro dos erros que cometi para não mais fazê-los, mantenho a cabeça erguida e piso no acelerador.

Se este ano eu andei a 200km/h ano que vem exijo que o mínimo seja 250. A idade vai aumentando e junto dela a vontade de viver. Se engana quem acha que a minha “corrida” seja para viver tudo de uma vez. Se tem uma coisa que aprendi com o tempo, é que fazer bem-feito, seja o que for, depende de dedicação e de muita tranqüilidade.

Houve o tempo de questionar atitudes que não condiziam com o caráter descrito. Feliz foi Hitler ao afirmar que “uma mentira dita cem vezes, torna-se verdade um dia”. Mas quem se importa? Se as pessoas são capazes de inventar situações por simples necessidade de auto-afirmação, quem sou eu para discordar. Triste mesmo é saber que você fez parte do processo e que a mentira se torna verdade só na cabeça de quem quer contá-la, porque quem vivenciou acaba sendo cúmplice mesmo sem querer.

 Eu descobri que existem pessoas mais vazias do que eu imaginava. E que idade nada tem a ver com amadurecimento. Muito pelo contrário. Acho que as pessoas ficam mais bobas quando envelhecem e perdem o pouco do sentimento e respeito que lhe restam com o ser humano.

Tenho a impressão que a tendência para o masoquismo é forte em algumas situações. Será que o motivo é testar o limite? Ou tentar ir além? Seja o que for, eu passei dessa fase. “O que está no passado tem motivos para não fazer parte do meu presente”. Eu preciso de pessoas verdadeiras. Que não tenham medo de viver e que não sejam confusas. Que não mintam com tranquilidade, nem consigam repetir o mesmo discurso para várias pessoas diferentes. Que honrem compromissos e não apontem dedos sem ver as próprias falhas. Que entendam o valor da felicidade e acima de tudo, o valor das mulheres.


Quer saber? Cansei de gente comum.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Feliz para sempre... até que a morte ME separe

Fui eu quem decidi, e quando coloco um ponto final em qualquer coisa, tem que valer muito a pena para voltar atrás, o que não é o caso.

Não foram rezas nem simpatias que trouxeram tantas pessoas especiais na minha vida justo agora.

Se antes eu pensava e sofria, hoje eu removo tijolos de um muro que construí.

Se engana quem acha que agora eu vou ficar sozinha, até porque acredito que a solidão venha com uma boa dose de tristeza. O fato é que agora está aberta a temporada de auto-questionamento e a “seleção” entra em cena. 

Sorrisos vão surgindo, e a gente se apaixona pela vida que ainda vai ser vivida por anos, se Deus assim permitir. 

O momento é de administrar quem desfrutará dos meus cuidados e carinho. Eu vou doar pra também receber.

Quem vive de caridade são organizações não governamentais e eu já me cansei de brincar dessa chatice de preocupação em vão. Parceria então, virou simplesmente objeto para colecionador, o que definitivamente eu não sou.

O egoísmo passou a dormir do meu lado e o meu relógio não funciona mais. Não sou mais escrava do tempo e prefiro não vê-lo passar, sei que no final das contas eu ficaria assustada. Vários personagens fizeram parte do meu mundo no passado, mas agora, eu quero todas as câmeras focadas para mim. 

Abram as cortinas, voltei a encenar... e dessa vez, quero o papel principal.

domingo, 22 de agosto de 2010

Um balanço do meu viver


Resolvi jogar limpo comigo mesma. Joguei fora as cartas antigas, risquei da agendinha aqueles milhares de amigos que não passam de conhecidos e parei de agir conforme as pessoas que eu mais gosto acham que deva ser. Cansei de me preencher de tudo aquilo que só traz um enorme vazio. E mais, me alimentar do que eu sempre soube que não tem futuro, que não faz diferença alguma na minha vida. E não é que fazendo um balanço de tudo que eu já vivi neste 2010, o resultado deu positivo? Tá certo que há um ano tudo era muito diferente de hoje. A serenidade era tão intensa que chegava a incomodar alguns. Hoje, o mundo esquisito me engole cada vez mais. Eu já não conheço todos os segredos do meu quarto, e a “sacola-bolsa-rosa” está sempre cheia de roupas, pronta pro próximo passeio.

Eu não sei dizer se as minhas atitudes foram certas ou erradas. Não me arrependo de nada que eu fiz, ou vivi. Muito menos das confusões que me meti. Para quem lutou muito tempo pelo amor próprio, amor é o que não falta atualmente. Próprio ou para a torcida do Flamengo, tanto faz. E é justamente por isso que cada passo dado é uma novidade conhecida. Percebi que a tentativa de encher o meu mundo de pessoas, resultava sempre em um novo problema.

O mistério vem me acompanhando bem, eu diria. E ninguém pode decifrar qual vai ser a minha próxima atitude. Quem manda agora é o coração. Aquele mesmo que ficou sem pulsar por tempos. É ele quem ordena o que fazer. Que controla e descontrola os meus impulsos. Que se banha de orgulho e não aceita troca de favores . É ele que vem transmitindo força e coragem para todos os dias que eu descubro e redescubro a vida.

Surpresas são sempre bem-vindas. As malas já estão prontas!

terça-feira, 20 de julho de 2010

O dia em que eu virei Natasha....


Eu não sabia que a mudança de rotina fosse virar justificativa para as pessoas questionarem o meu comportamento. A personalidade é formada com quantos anos? Acho que no auge dos meus 23, com três relacionamentos extensos na bagagem, um curso superior completo e algumas experiências um tanto quanto exóticas, eu estou bem crescidinha.

Derramar lágrimas escutando músicas bregas, esperar por ligações ou sonhar com o príncipe encantado, já fizeram parte da minha rotina. Fizeram, ok? Peço atenção para o verbo no passado. Hoje em dia, a preocupação é com o meu emprego, os meus planos profissionais, os problemas em casa. O passeio do final de semana, a boa companhia dos meus amigos, aonde eu vou, o que vou beber, quem cruzará o meu caminho ou a hora que vou chegar em casa, não estão no meu script. Não deixo aparecer sequer uma ruga no meu rosto com esse tipo de questionamento. Eu deixo simplesmente acontecer...   

Tudo bem, eu continuo passando longe de receber flores e medalhas pelo título de santa. Mas algumas coisas foram alteradas com o tempo, amadurecimento e percepção daquilo que nos faz feliz. Eu percebi que não vivo sem os meus amigos, muito menos sem a minha família. Percebi o quanto meu gosto musical é variado e mais variado ainda são os lugares que frequento. Percebi que a liberdade é algo que eu busco constantemente. Percebi que o meu quarto é o cantinho mais gostoso do mundo. Percebi que estou aberta a novas experiências e já não temo o tombo que posso levar. Mas acima de tudo, percebi que não meço mais esforços pelo amor, principalmente quando esse amor se chama amor próprio.

Ainda não fugi de casa, mas se a minha felicidade estiver fora daqui, saibam que eu não hesitarei em pegar o primeiro avião, ônibus, táxi, carona...

terça-feira, 1 de junho de 2010

"Outro tempo começou pra mim agora..."


 Eu não fiz planos pra gente, eles caíram no meu colo sem que eu tivesse previsto, sem que eu tivesse esperando. A verdade é que quase tudo que vivemos foi obra do acaso, eu diria. E pensar que era possível controlar o sentimento foi a maior bobagem que eu cometi. A armadura de proteção nem sempre consegue segurar todos os explosivos, principalmente os da ordem do coração.
Na tentativa de acertar, cometemos erros. E nesse curto espaço de tempo eu percebi algumas virtudes que tinha deixado de lado. Eu sempre briguei com o meu orgulho, por exemplo, mas gastar forças e braços, em determinados momentos, não é amor-próprio, é necessidade de auto-afirmação. A felicidade sempre existiu e junto a ela conceitos, pré-conceitos, atitudes inesperadas e, mesmo que tudo isso fosse colocado a prova, o verbo sentir faz parte da palavra sentimento e isso eu sei que nunca nos faltou.
A sua frieza me incomodou de um tanto que nem podes imaginar. Pra quem acreditava que a pequena história iria prevalecer, o tombo foi grande. O telefone não tocou como era esperado. E não adianta afirmar que eu não levei a nossa conversa a sério, porque eu levei até demais. O que talvez tenha demorado a cair à ficha é que todo aquele “entrosamento” tinha sido em vão, e que como todo relacionamento, com o tempo a gente esquece.
Foi preciso alguns dias para perceber. Caminhar sozinha faz diferença. A gente sente o coração vazio, mas preenche com gargalhadas e o carinho daqueles que fazem de tudo pra te ver bem. E esse é um dos motivos pelo qual eu nunca deixei de acreditar no velho clichê: “amigos são anjos”. Eu ri, diverti, distraí. E o pior, acreditei. Acho que esse foi o maior “defeito” de quem sempre teve os pés no chão.
O sol amanheceu três vezes e em todas eu acompanhei o novo dia. De formas diferentes, é claro. O amor é amor aqui ou em qualquer lugar, mas a saudade não. E sinceramente, eu não quero arriscar a colocar no papel o que é desconhecido por boa parte do mundo. Se nem os lingüistas foram capazes de traduzir, eu não seria a pioneira.
No último domingo eu não “acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado”. E mesmo sabendo que você diria “graças a Deus, porque Zeca Baleiro é terrível”, eu ainda me sentia “triste, tristinha, mais sem graça que a top model magrela na passarela”. E aquela história de levantar a cabeça e lembrar a sua irmã de que “ninguém morre por amor” teve que entrar em cena às pressas.
É tempo de recomeçar, reorganizar, renascer. É tempo de acreditar em você e no seu potencial de ser feliz e fazer os outros felizes. As pessoas não irão cruzar o seu caminho por acaso. O coração não vai bater sem que exista um propósito. Algumas vezes iremos nos enganar, outras enganaremos. Algumas vezes iremos suspirar e pensar “poderia ter sido diferente”, outras levantaremos as mãos aos Céus e agradeceremos a ordem dos fatos. O que prevalece agora é o renascimento e a certeza de que fiz o que pude.
C’est la vie. Afinal, a condição ‘si ne qua non’ para viver, é erguer a cabeça e  buscar sempre a felicidade! ;)

sábado, 15 de maio de 2010

"Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé..."


Ela respirou fundo, levantou a cabeça e seguiu em frente. E mesmo não gostando daquelas músicas que escuta obrigatoriamente no final do expediente, lembrou-se que fazia mais sentido o “erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé”, do que  “working from seven to eleven every night, It really makes life a drag, I don't think that's right”. Que me desculpe o mestre Robert Plant, mas dessa vez tive que me render à música dos grupos com correntões e coreografias típicas do dois pra lá, dois pra cá.

O fato é que o pulmão já estava cheio demais, as sobrancelhas permaneciam franzidas durante o dia e o travesseiro já não agüentava lamentações. Da mesma forma que o sorriso vem naturalmente, a falta de paciência se faz constante. Talvez por querer ser muito simpática e esboçar em um sorriso quase todos os sentimentos vividos. Mas o que vale o título de miss simpatia??? O movimento de contração da musculatura facial não dói.

O que ela queria na verdade era mundos e fundos. Sabe aquela história de não estar satisfeita nunca? E achar que tudo e todos deveriam ter prazo de validade, mesmo sabendo que a vida que é a encarregada de datar? Pois é.

A idade vem chegando despretensiosa e quando você assusta, o número dois foi clonado e a casa dos trinta não demora a chegar. Só que a gente esquece que a felicidade deve aumentar a cada ano, ao invés de repetir insistentemente que gostaríamos de voltar a ser criança. Essa é a virtude de poder viver cada momento, experimentar sabores e sofrimentos, deliciar-se em aventuras e apaixonar-se pelas pessoas.

Eu ainda sou confusa e aponto a Grécia como destino principal. E vou além, escolho o Panathinaikos pra conviver com a realidade que me fascina. Misturo o futebol com a mitologia grega, minha literatura predileta. Só que a palavra liberdade confunde com a palavra responsabilidade. E a palavra independência confunde com a palavra solidão.  Então, por enquanto, eu prefiro permanecer no meu mundinho simples... o toque, o olho no olho, o abraço, o colinho da mamãe, assistir o pôr do sol.. são essas coisas aparentemente banais que criam os meus melhores momentos. Eu olho pra frente, talvez, pra cima. Já olhei pro chão com medo de tropeçar, mas, hoje, eu sei que todo tombo é válido pra aprender a construir o meu mundo.

Eu estou sempre aqui, ouviu, felicidade??
Aline in wonderland